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Cadeias de excepções

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Hoje vou ensinar-te a encadear excepções. É uma solução muito práctica para um problema complicado mas pouco óbvio.

Começo por descrever o problema.

Imagina que estás na aplicação BANANA. É uma aplicação bastante complexa. Tem, aliás, três módulos. São eles BANANA1, BANANA2 e BANANA3. Cada um tem a sua classe de excepção ZCX_BANANA1, ZCX_BANANA2 e ZCX_BANANA3. E como a aplicação até está bem desenhada, todas as classes de excepção herdam da mesma ZCX_BANANA. Agora imagina o seguinte cenário. Estás no módulo BANANA1 a fazer não sei o quê. E lá tens de chamar uma classe do módulo MORANGO Ora essa classe lança, claro, excepções, do tipo ZCX_MORANGO. Este é o contexto.

Tens várias hipóteses:

Hipótese 1 : Declarar as excepções externas O método que invoca a classe do MORANGO declara a excepção ZCX_MORANGO no RAISING. Todos os métodos que o chamarem terão de a declarar também. Assim por adiante até ao topo da hierarquia de chamadas. É uma grande promiscuidade. Imagina que o BANANA também tem de usar classes dos módulos ABACATE, LARANJA e UVA. Terá também de declarar, em todos os métodos que os usarem, as respectivas classes de excepção. Quanto mais complexo mais confuso. Não é isso que queremos. Geralmente quem faz isto acaba por ter de fazer um CATCH CX_ROOT, algo pouco saudável. Por tudo isto, a hipótese 1 é de evitar. A não ser em cenários muito simples.

Hipótese 2 : Converter as excepções externas em internas Cada método da BANANA que invoca métodos do MORANGO faz sempre TRY CATCH à ZCX_MORANGO e lança imediatamente uma excepção do tipo ZCX_BANANA. Isto até funciona. O problema é que por cada excepção do MORANGO terá de haver uma excepção equivalente da BANANA. Se for só uma, tudo bem. Mas se forem dezenas torna-se palerma. E não é muito seguro. E cada uma das excepções criadas terá de replicar o texto específico da excepção do MORANGO respectiva. Não é muito práctico. Porque se amanhã alguém mudar algo no MORANGO, a BANANA fica desactualizada. Também tende resultar numa grande confusão. Por tudo isto, a hipótese 2 é de evitar. A não ser em cenários muito simples.

Hipótese 3 : Usar o PREVIOUS para criar cadeias de excepções Todas as classes de excepção têm um atributo chamado PREVIOUS. Este é uma referência para uma classe de excepção. Quando o método da BANANA invoca métodos do MORANGO faz sempre TRY CATCH à ZCX_MORANGO. Mas não lança uma excepção específica por cada excepção do MORANGO. Em vez disso lança sempre a mesma excepção ZCX_BANANA. Mas atribui a excepção do MORANGO ao PREVIOUS dessa excepção BANANA. Quem, cá em cima, tratar das excepções todas, só tem de ver se o PREVIOUS tem conteúdo. Caso tenha, apresentar/guardar/processar também a excepção que aí estiver. E deverá idealmente fazer isto em LOOP. Para o caso da excepção do PREVIOUS ter, por sua vez, outra excepção no seu PREVIOUS. Isto é o melhor dos dois mundos: Código à prova de futuro mas que não perde a informação das excepções específicas. Esta é, para mim, a hipótese preferida.

Espero que tanto o problema como a solução que proponho tenham ficado claras.

Deixo-vos com uma implementação simplificada da hipótese 3:

TRY.
  TRY.
      o_morango1->cresce().
    CATCH cx_morango INTO o_exp.
      RAISE EXCEPTION TYPE cx_banana
        EXPORTING
          previous = o_exp.
  ENDTRY.
CATCH cx_banana INTO o_exp.
  WHILE o_exp IS BOUND.
    log( o_exp ).
    o_exp = o_exp->previous.
  ENDWHILE.
ENDTRY.

Obrigado a Clark pela foto.

O Abapinho saúda-vos.